Moçambique
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Língua oficial | Português | ||||
Línguas nacionais não-oficiais | Emakhuwa, xitsonga, ciyao, cisena, xiChona, echuwabo, cinyanja, xironga, shimaconde, cinyungue, xiChope, bitonga, swahili | ||||
Capital | Maputo | ||||
Governo | República Armando Guebuza Luísa Diogo | ||||
Área • Total • Água (%) | 35º maior 801.590 km² 2,2% | ||||
População • Result. Prelim. Censo 2007 • Censo de 1997 • Densidade | 55º mais populoso 20.069.738 16.099.246 23,8 km² | ||||
Independência • Data | de Portugal 25 de Junho de 1975 | ||||
Moeda | Metical da nova família (Mtn) | ||||
Fuso horário | UTC +2 | ||||
Hino nacional | Pátria Amada | ||||
Código Internet | .MZ | ||||
Código telefónico | 258 |
Moçambique é um país da costa oriental da África Austral, limitado a norte pela Zâmbia, Malawi e Tanzânia, a leste pelo Canal de Moçambique e pelo Oceano Índico, a sul e oeste pela África do Sul e a oeste pela Suazilândia e pelo Zimbabwe. No Canal de Moçambique, o país tem vários vizinhos, nomeadamente as Comores, Madagáscar, a possessão francesa de Mayotte e o departamento também francês de Reunião e as suas dependências Juan de Nova, Bassas da Índia e Ilha Europa.
Uma antiga colónia de Portugal, desde o ano de 1500 e teve a sua independência em 1975. Faz parte da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). Sua capital e maior cidade é Maputo.
História
A história de Moçambique encontra-se documentada pelo menos a partir do século X, quando um estudioso viajante árabe, Al-Masudi, descreveu uma importante atividade comercial entre as nações da região do Golfo Pérsico e os "Zanj" da "Bilad as Sofala", que incluía grande parte da costa norte e centro do atual Moçambique.
No entanto, vários achados arqueológicos permitem caracterizar a "pré-história" de Moçambique (antes da escrita) por muitos séculos antes. Provavelmente o evento mais importante dessa pré-história foi a fixação nesta região dos povos bantus que, não só eram agricultores, mas introduziram aqui a metalurgia do ferro, entre os séculos I a IV.
Entre os séculos X e XIX existiram no território que atualmente é Moçambique vários estados bantus, o mais conhecido dos quais foi o império dos Mwenemutapas (ou Monomotapa).
A penetração portuguesa em Moçambique, iniciada no início do século XVI, só em 1885 — com a partilha de África pelas potências europeias durante a Conferência de Berlim — se transformou numa ocupação militar, ou seja, na submissão total dos estados ali existentes, que levou, nos inícios do século XX, a uma verdadeira administração colonial.
Depois de uma guerra de libertação que durou cerca de 10 anos, Moçambique tornou-se independente em 25 de Junho de 1975, na sequência da Revolução dos Cravos, a seguir à qual o governo português assinou com a Frelimo os Acordos de Lusaka. A seguir à independência, com a denominação de República Popular de Moçambique, o país seguiu uma política socialista, que teve que abandonar em 1987, quando foram assinados acordos com o Banco Mundial e FMI; esta mudança foi, em parte, resultado da guerra de desestabilização que o país sofreu entre 1976 e 1992.
Na sequência do Acordo Geral de Paz, assinado entre os presidentes de Moçambique e da Renamo, o país assumiu o pluripartidarismo, tendo tido as primeiras eleições com a participação de vários partidos em 1994.
Para além de membro da ONU, da União Africana e da Commonwealth, Moçambique é igualmente membro fundador da SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral) e, desde 1996, da Organização da Conferência Islâmica.
Ver também
Política
A Frelimo foi o movimento que lutou pela libertação desde o início da década de sessenta. Após a independência, tornou-se num partido político e passou a controlar exclusivamente o poder, alinhada a seus antigos aliados comunistas, Cuba, a União Soviética e a China, e em oposição aos estados brancos vizinhos segregacionistas, África do Sul e Rodésia, que apoiaram elementos brancos recolonizadores e guerrilhas internas. Samora Machel ocupou a presidência do país até à sua morte em 1986. A Frelimo permaneceu no poder até hoje, tendo ganho por três vezes as eleições multi-partidárias realizadas em 1994, 1999 e 2004, mesmo com acusações de fraudes — as quais, propostas pela oposição, são geralmente descartadas pelos observadores internacionais e pelos estados vizinhos. A Renamo é o principal partido de oposição, e durante o período comunista foi uma guerrilha de direita, apoiada pelo Ocidente e pelos estados vizinhos.
Ver também a lista dos partidos políticos de Moçambique. Ver também nas ligações externas o artigo As eleições gerais de 2004 em Moçambique e o artigo Houve Fraude nas eleições de 2004 no jornal "Canal de Moçambique"
Subdivisões
Moçambique está dividido em 11 províncias: Niassa, Cabo Delgado, Nampula, Zambézia, Tete, Manica, Sofala, Gaza, Inhambane e Maputo, mais a cidade de Maputo que tem estatuto de província e governador provincial.
As províncias estão divididas em 128 distritos, os distritos subdividem-se em postos administrativos e estes em localidades, o nível mais baixo da administração local do Estado.
Em Moçambique foram criados até ao momento 33 municípios.
Geografia
Moçambique está situado na costa oriental da África Austral, limitado a norte pela Tanzânia, a noroeste pela Zâmbia e Malawi, a oeste pela Suazilândia e pelo Zimbabwe, a sul e oeste pela África do Sul e a leste pelo Canal de Moçambique.
A metade norte (a norte do rio Zambeze) é um grande planalto, com uma pequena planície costeira bordejada de recifes de coral e, no interior, limita com maciços montanhosos pertencentes ao sistema do Grande Vale do Rift. A metade sul é caracterizada por uma larga planície costeira de aluvião, coberta por savanas e cortada pelos vales de vários rios, entre os quais o mais importante é o rio Limpopo.
Economia
Cerca de 45% do território moçambicano tem potencial para agricultura, porém 80% dela é de subsistência. Há extração de madeira das florestas nativas. A reconstrução da economia (após o fim da guerra civil em 1992, e das enchentes de 2000) é dificultada pela existência de minas terrestres não desativadas. O Produto interno bruto de Moçambique foi de US$ 3,6 bilhões em 2001. O país é membro da União Africana.
Principais produtos agrícolas (dados de 1997)
- algodão
- cana-de-açúcar
- castanha de caju
- copra (polpa do coco)
- mandioca.
Pecuária (dados de 1996)
- bovinos (1,3 milhões)
- suínos (175 mil)
- ovinos (122 mil)
A pesca é reduzida - 30,2 mil t em 1996.
Minérios: carvão, sal, grafite, bauxita, ouro pedras preciosas e semipreciosas. Possui também reservas de gás natural e mármore. Indústria: alimentos; têxtil; vestuário; tabaco; química; bebidas (cerveja).
O país tem um grande potencial turístico, destacando-se as zonas propícias ao mergulho nos seus mais de 2 mil km de litoral, e os parques e reservas de animais no interior do país. Para atrair investimentos estrangeiros, criou o Corredor de Desenvolvimento de Nacala (CDN), junto ao porto daquela cidade, com acesso rodoviário, suprimento de energia elétrica, e com ligação por ferrovia até o vizinho Malaui.
Clima
O clima de Moçambique é húmido e tropical com estações secas de Junho a Setembro. As temperaturas médias em Maputo variam entre os 13-24ºC em Julho a 22-31 ºC em Fevereiro. O clima é tropical, influenciado pelo regime de monções do Índico e pela corrente quente do canal de Moçambique.
Podem ser distinguidas três zonas em todo o território:
Norte e Centro: tropical húmido, tipo monçónico, com uma estação seca de quatro a seis meses. Sul: Tropical seco, com uma estação seca de seis a nove meses. Montanhas: Clima tropical de altitude
A estação das chuvas ocorre entre Outubro e Abril. A precipitação média nas montanhas ultrapassa os 2000 mm. A humidade relativa é elevada situando-se entre 70 a 80%, embora os valores diários cheguem a oscilar entre 10 e 90%. A temperaturas médias variam entre 20ºC no Sul e os 26º.C no Norte, sendo os valores mais elevados durante a época das chuvas.
Línguas
De acordo com o artigo 10 da nova Constituição , de 2004, "Na República de Moçambique, a língua portuguesa é a língua oficial". No entanto, consoante o Recenseamento Geral da População e Habitação, realizado em 1997, ela é língua materna de apenas 6% da população — número que, na cidade de Maputo, chega aos 25% —, apesar de cerca de 40% dos moçambicanos terem declarado que a sabiam falar — em Maputo: 87%.
O artigo 9 da Constituição diz ainda: "O Estado valoriza as línguas nacionais como património cultural e educacional e promove o seu desenvolvimento e utilização crescente como línguas veiculares da nossa identidade". Em Moçambique foram identificadas diversas línguas nacionais, todas de origem bantu, sendo que as principais são: cicopi, cinyanja, cinyungwe, cisena, cisenga, cishona, ciyao, echuwabo, ekoti, elomwe, gitonga, maconde (ou shimakonde), kimwani, macua (ou emakhuwa), memane, suaíli (ou kiswahili), suazi (ou swazi), xangana , xichangana, xironga, xitswa e zulu.
Mercê da considerável comunidade asiática radicada em Moçambique, são também falados o urdu e o gujarati.
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