terça-feira, 4 de setembro de 2007

MOÇAMBIQUE ACTUALIDADES

Moçambique

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

República de Moçambique

Bandeira de Moçambique

Brasão de armas de Moçambique

(Bandeira de Moçambique) (Brasão de armas)
Lema:
Língua oficial Português
Línguas nacionais não-oficiais Emakhuwa, xitsonga, ciyao, cisena, xiChona, echuwabo, cinyanja, xironga, shimaconde, cinyungue, xiChope, bitonga, swahili
Capital Maputo
Governo República
Armando Guebuza
Luísa Diogo
Área
• Total
• Água (%)
35º maior
801.590 km²
2,2%
População
• Result. Prelim. Censo 2007
• Censo de 1997
Densidade
55º mais populoso
20.069.738
16.099.246
23,8 km²
Independência
• Data
de Portugal
25 de Junho de 1975
Moeda Metical da nova família (Mtn)
Fuso horário UTC +2
Hino nacional Pátria Amada
Código Internet .MZ
Código telefónico 258

Moçambique é um país da costa oriental da África Austral, limitado a norte pela Zâmbia, Malawi e Tanzânia, a leste pelo Canal de Moçambique e pelo Oceano Índico, a sul e oeste pela África do Sul e a oeste pela Suazilândia e pelo Zimbabwe. No Canal de Moçambique, o país tem vários vizinhos, nomeadamente as Comores, Madagáscar, a possessão francesa de Mayotte e o departamento também francês de Reunião e as suas dependências Juan de Nova, Bassas da Índia e Ilha Europa.

Uma antiga colónia de Portugal, desde o ano de 1500 e teve a sua independência em 1975. Faz parte da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). Sua capital e maior cidade é Maputo.

História

Ver artigo principal: História de Moçambique
Igreja de S. António, na Ilha de Moçambique, deixada pela colonização portuguesa e ao estilo da época.

Igreja de S. António, na Ilha de Moçambique, deixada pela colonização portuguesa e ao estilo da época.

A história de Moçambique encontra-se documentada pelo menos a partir do século X, quando um estudioso viajante árabe, Al-Masudi, descreveu uma importante atividade comercial entre as nações da região do Golfo Pérsico e os "Zanj" da "Bilad as Sofala", que incluía grande parte da costa norte e centro do atual Moçambique.

No entanto, vários achados arqueológicos permitem caracterizar a "pré-história" de Moçambique (antes da escrita) por muitos séculos antes. Provavelmente o evento mais importante dessa pré-história foi a fixação nesta região dos povos bantus que, não só eram agricultores, mas introduziram aqui a metalurgia do ferro, entre os séculos I a IV.

Entre os séculos X e XIX existiram no território que atualmente é Moçambique vários estados bantus, o mais conhecido dos quais foi o império dos Mwenemutapas (ou Monomotapa).

A penetração portuguesa em Moçambique, iniciada no início do século XVI, só em 1885 — com a partilha de África pelas potências europeias durante a Conferência de Berlim — se transformou numa ocupação militar, ou seja, na submissão total dos estados ali existentes, que levou, nos inícios do século XX, a uma verdadeira administração colonial.

Vista panorâmica da cidade de Maputo.

Vista panorâmica da cidade de Maputo.

Depois de uma guerra de libertação que durou cerca de 10 anos, Moçambique tornou-se independente em 25 de Junho de 1975, na sequência da Revolução dos Cravos, a seguir à qual o governo português assinou com a Frelimo os Acordos de Lusaka. A seguir à independência, com a denominação de República Popular de Moçambique, o país seguiu uma política socialista, que teve que abandonar em 1987, quando foram assinados acordos com o Banco Mundial e FMI; esta mudança foi, em parte, resultado da guerra de desestabilização que o país sofreu entre 1976 e 1992.

Na sequência do Acordo Geral de Paz, assinado entre os presidentes de Moçambique e da Renamo, o país assumiu o pluripartidarismo, tendo tido as primeiras eleições com a participação de vários partidos em 1994.

Para além de membro da ONU, da União Africana e da Commonwealth, Moçambique é igualmente membro fundador da SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral) e, desde 1996, da Organização da Conferência Islâmica.

Ver também

Política

Ver artigo principal: Política de Moçambique
Presidente de Moçambique, Armando Emílio Guebuza.

Presidente de Moçambique, Armando Emílio Guebuza.

A Frelimo foi o movimento que lutou pela libertação desde o início da década de sessenta. Após a independência, tornou-se num partido político e passou a controlar exclusivamente o poder, alinhada a seus antigos aliados comunistas, Cuba, a União Soviética e a China, e em oposição aos estados brancos vizinhos segregacionistas, África do Sul e Rodésia, que apoiaram elementos brancos recolonizadores e guerrilhas internas. Samora Machel ocupou a presidência do país até à sua morte em 1986. A Frelimo permaneceu no poder até hoje, tendo ganho por três vezes as eleições multi-partidárias realizadas em 1994, 1999 e 2004, mesmo com acusações de fraudes — as quais, propostas pela oposição, são geralmente descartadas pelos observadores internacionais e pelos estados vizinhos. A Renamo é o principal partido de oposição, e durante o período comunista foi uma guerrilha de direita, apoiada pelo Ocidente e pelos estados vizinhos.

Ver também a lista dos partidos políticos de Moçambique. Ver também nas ligações externas o artigo As eleições gerais de 2004 em Moçambique e o artigo Houve Fraude nas eleições de 2004 no jornal "Canal de Moçambique"

Subdivisões

Ver artigo principal: Subdivisões de Moçambique
Mapa de Moçambique.

Moçambique está dividido em 11 províncias: Niassa, Cabo Delgado, Nampula, Zambézia, Tete, Manica, Sofala, Gaza, Inhambane e Maputo, mais a cidade de Maputo que tem estatuto de província e governador provincial.

As províncias estão divididas em 128 distritos, os distritos subdividem-se em postos administrativos e estes em localidades, o nível mais baixo da administração local do Estado.

Em Moçambique foram criados até ao momento 33 municípios.

Barco pesqueiro ao largo da costa moçambicana.

Barco pesqueiro ao largo da costa moçambicana.

Geografia

Ver artigo principal: Geografia de Moçambique

Moçambique está situado na costa oriental da África Austral, limitado a norte pela Tanzânia, a noroeste pela Zâmbia e Malawi, a oeste pela Suazilândia e pelo Zimbabwe, a sul e oeste pela África do Sul e a leste pelo Canal de Moçambique.

A metade norte (a norte do rio Zambeze) é um grande planalto, com uma pequena planície costeira bordejada de recifes de coral e, no interior, limita com maciços montanhosos pertencentes ao sistema do Grande Vale do Rift. A metade sul é caracterizada por uma larga planície costeira de aluvião, coberta por savanas e cortada pelos vales de vários rios, entre os quais o mais importante é o rio Limpopo.

Economia

Mercado Central de Inhambane.

Mercado Central de Inhambane.
Centro da capital.

Centro da capital.

Cerca de 45% do território moçambicano tem potencial para agricultura, porém 80% dela é de subsistência. Há extração de madeira das florestas nativas. A reconstrução da economia (após o fim da guerra civil em 1992, e das enchentes de 2000) é dificultada pela existência de minas terrestres não desativadas. O Produto interno bruto de Moçambique foi de US$ 3,6 bilhões em 2001. O país é membro da União Africana.

Principais produtos agrícolas (dados de 1997)

Pecuária (dados de 1996)

  • bovinos (1,3 milhões)
  • suínos (175 mil)
  • ovinos (122 mil)

A pesca é reduzida - 30,2 mil t em 1996.

Minérios: carvão, sal, grafite, bauxita, ouro pedras preciosas e semipreciosas. Possui também reservas de gás natural e mármore. Indústria: alimentos; têxtil; vestuário; tabaco; química; bebidas (cerveja).

O país tem um grande potencial turístico, destacando-se as zonas propícias ao mergulho nos seus mais de 2 mil km de litoral, e os parques e reservas de animais no interior do país. Para atrair investimentos estrangeiros, criou o Corredor de Desenvolvimento de Nacala (CDN), junto ao porto daquela cidade, com acesso rodoviário, suprimento de energia elétrica, e com ligação por ferrovia até o vizinho Malaui.

Clima

Costa moçambicana.

Costa moçambicana.

O clima de Moçambique é húmido e tropical com estações secas de Junho a Setembro. As temperaturas médias em Maputo variam entre os 13-24ºC em Julho a 22-31 ºC em Fevereiro. O clima é tropical, influenciado pelo regime de monções do Índico e pela corrente quente do canal de Moçambique.

Podem ser distinguidas três zonas em todo o território:

Norte e Centro: tropical húmido, tipo monçónico, com uma estação seca de quatro a seis meses. Sul: Tropical seco, com uma estação seca de seis a nove meses. Montanhas: Clima tropical de altitude

A estação das chuvas ocorre entre Outubro e Abril. A precipitação média nas montanhas ultrapassa os 2000 mm. A humidade relativa é elevada situando-se entre 70 a 80%, embora os valores diários cheguem a oscilar entre 10 e 90%. A temperaturas médias variam entre 20ºC no Sul e os 26º.C no Norte, sendo os valores mais elevados durante a época das chuvas.

Línguas

Mulheres moçambicanas a trabalhar na agricultura.

Mulheres moçambicanas a trabalhar na agricultura.
Ver artigo principal: Línguas de Moçambique

De acordo com o artigo 10 da nova Constituição , de 2004, "Na República de Moçambique, a língua portuguesa é a língua oficial". No entanto, consoante o Recenseamento Geral da População e Habitação, realizado em 1997, ela é língua materna de apenas 6% da população — número que, na cidade de Maputo, chega aos 25% —, apesar de cerca de 40% dos moçambicanos terem declarado que a sabiam falar — em Maputo: 87%.

O artigo 9 da Constituição diz ainda: "O Estado valoriza as línguas nacionais como património cultural e educacional e promove o seu desenvolvimento e utilização crescente como línguas veiculares da nossa identidade". Em Moçambique foram identificadas diversas línguas nacionais, todas de origem bantu, sendo que as principais são: cicopi, cinyanja, cinyungwe, cisena, cisenga, cishona, ciyao, echuwabo, ekoti, elomwe, gitonga, maconde (ou shimakonde), kimwani, macua (ou emakhuwa), memane, suaíli (ou kiswahili), suazi (ou swazi), xangana , xichangana, xironga, xitswa e zulu.

Mercê da considerável comunidade asiática radicada em Moçambique, são também falados o urdu e o gujarati.

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